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Vivenciando o Luto

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            O luto por alguém querido pode nos deixar sem capacidade para reorganizar a vida. Se o luto deriva de uma morte esperada, em decorrência de um processo degenerativo ou mesmo natural, sua passagem tende a acontecer de forma mais tranquila. Por outro lado, mortes repentinas em consequência de acidentes de trânsito, suicídio ou AVC (acidente vascular cerebral), por exemplo, tornam o luto mais complicado. Mais complicado ainda se a morte ocorre com alguém jovem, como a perda de um filho, uma vez que isso subverte a lógica da vida. O que pode ser feito? Alguns recursos podem ser válidos. Uma forma de abrandar o luto é manter a sensação de que a pessoa está por perto e criar uma idealização através do reviver de lembranças felizes. Podem ser, neste caso, bem-vindos os tributos ao falecido, pois isto representa que este é merecedor da dor dos sobreviventes (Oliveira e Lopes, 2008, p. 218)   A religião é outro amparo referido em pesquisas que auxilia nesse momento, mas há out

As Armadilhas da Nossa Mente

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  Pedro Calabrez descreve algumas das  armadilhas da nossa mente que impedem nosso crescimento.  O não autoconhecimento é a primeira delas, e diz respeito ao não saber o motivo de se agir como se age, se sentir como se sente. A arrogância vem em seguida, que é o achar que já se sabe algo por simplesmente viver aquilo, por exemplo, julgar que se sabe sobre o lado psicológico do comportamento dos filhos por ter filhos. A ignorância, a desinformação e o anticonhecimento vêm em seguida, que é ter acesso à informação, mas não ser capaz de a transformar em conhecimento e viver esse conhecimento para ser mais feliz. A lógica de projetos pontuais é outra armadilha, pois para alcançar o crescimento pleno é preciso um projeto de vida consistente e em longo prazo. Em quinto, vem a procrastinação e suas causas. Algumas de suas raízes são as  expectativas negativas, que somadas à mentalidade fixa — nada vai mudar mesmo  —  resulta no  ansioso procrastinador , que teme realizar algo. Den

O Isolamento Devido ao Covid-19 e a Síndrome da Cabana

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  Depois de meses em isolamento social nesse ano de 2020, é normal que sintamos certo desconforto ao sair de casa. Um certo temor, como se vivenciássemos o novo de novo. Por natureza, tememos o novo, a fim de que examinemos melhor os riscos e as possibilidades de enfrentar uma nova situação. Agora, se voltar a se relacionar traz muita ansiedade, medo de que algo ruim vai acontecer, interfere no sono e provoca mudanças fisiológicas intensas, se pode começar a falar em síndrome da cabana . Essa síndrome, provavelmente, foi observada pela primeira vez nos Estados Unidos, lá pelos idos de 1900, mais precisamente nos sujeitos que participavam da corrida do ouro. Eles eram compelidos a passar longos meses enfurnados em uma cabana, completamente isolados. Só que, após esse período, ao invés de haver satisfação e alívio por se estar de volta à civilização, na realidade, havia um medo excessivo de se relacionarem, além de desconfiança das pessoas, ou seja, uma intensa ansiedade. Apesar do n

O Aluno e a Solução Nossa de Cada Dia

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     Nesse terceiro texto sobre o processo de aprendizagem, vou falar de possíveis intervenções para o aluno ansioso. Falarei, mais precisamente, um pouco sobre o transtorno de ansiedade social. Ele não conversa em sala de aula, faz tudo em silêncio e nunca rebate o que o professor propõe. É o aluno perfeito, não é mesmo? Será? É preciso cautela quando se presencia casos assim. Alguns daqueles que se encaixam nesse tipo de comportamento passivo, posteriormente apresentam problemas, como desinteresse pela aula, baixo rendimento, agressividade e, por fim, abandono da escola. Uma vez apresentados os problemas, o que o professor pode fazer? Primeiramente, comparar como era esse aluno antes dessa situação problemática com o agora, quando e como começou. Ficar atento aos sinais, sintomas, se é ocasional ou habitual.   Suponhamos que, apesar dos pesares, ele ouve e enxerga bem e tem boa compreensão dos conteúdos. Isso é indício de um bom prognóstico. De todo modo, o quanto antes, é bom

Por que Ainda Acreditamos em Políticos?

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  Você já parou para pensar por que ainda acreditamos em políticos? Em como tendemos a acreditar mesmo nas ideias mais improváveis que eles divulgam? Se você já pensou é um bom sinal, pois até uma explicação para aquele que crê piamente em seu candidato sem questionar algo que se oponha a esse candidato pode causar atrito. Se ainda não pensou, saiba que você não está sozinho, uma vez que somos uma espécie que crê prontamente nas coisas. A questão é: acreditamos por quê? Uma das explicações é o viés de confirmação. O  viés de confirmação  é uma disposição nossa para procurar e favorecer informações que vão ao encontro de nossos juízos previamente determinados, não levando em conta se aquelas informações são ou não corretas. Trata-se de um mecanismo inato que nos coloca em desvantagem com quem mente.  É como se nascêssemos habilitados para acreditar em mentiras. E, claro, para acreditar nas mentiras que todos contam, inclusive os candidatos.  E em se tratando de política e de mentira, o

Como Nasce o Perfeccionismo

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                             Você  —  conhece alguém ou  —  já se pegou na maior do tempo se dedicando à tarefa de não deixar falhas e evitar críticas a ponto de não conseguir se relaxar ou mesmo dormir? Gastou em um projeto mais tempo e energia do que poderia ou deveria, chegando a ficar exausto e, ainda assim, concluiu que ele estava muito distante do que  você  determinou?  O nome disso é perfeccionismo.      Alguns autores vão diferenciar entre perfeccionismo mal-adaptativo e perfeccionismo adaptativo , mas o que ainda predomina, seja qual for o “tipo” de perfeccionismo, é a conclusão de que ele traz um grande prejuízo para nossa saúde mental. Se você se submete à “perseguição pela ausência de falhas e estabelecimento de metas demasiado altas de desempenho, acompanhadas por tendência excessivamente crítica do próprio comportamento” (STOEBER E OTTO, p. 295, 2006), saiba que possivelmente você seja um perfeccionista, e isso não é nada saudável. Isso porque se procura muito mais

Novas Demandas Do Processo De Aprendizagem

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Hoje vou pegar carona no livro  A Neuropsicopedagogia e o Processo de Aprendizagem,  dos autores Schneider, Souza e Chupil (2018), e falar um pouco do contexto da aprendizagem estabelecido nos últimos anos.  Para tentar entender o motivo de o aluno não conseguir bons resultados nos estudos — seja pelo meio remoto ou não —, não ser um protagonista no processo de aprendizagem, ser um mero sujeito passivo, primeiro é preciso aceitar o ritmo que cada um de nós possui para aprender, sem contar que sempre haverá casos especiais na sala de aula — como era o meu —, o que se torna desafiador para o educador.  Portanto, não basta colocar o conteúdo de forma rigidamente igual para todos e a penas esperar resultados idênticos. O melhor é, por exemplo, identificar o motivo de dado aluno estar patinando em matemática. Será que há algum problema no lobo parietal que determina uma discalculia? Por que está com algum d ilema na família, com colega de sala, com o professor? Será que simplesmente tem d