Vivenciando o Luto
O que
pode ser feito? Alguns recursos podem ser válidos.
Uma
forma de abrandar o luto é manter a sensação de que a pessoa está por perto e
criar uma idealização através do reviver de lembranças felizes. Podem ser,
neste caso, bem-vindos os tributos ao falecido, pois isto representa que este é
merecedor da dor dos sobreviventes (Oliveira e Lopes, 2008, p. 218)
A
religião é outro amparo referido em pesquisas que auxilia nesse momento, mas há
outros fatores que vão interferir nesse processo de luto:
Os
sentimentos de incapacidade, de vulnerabilidade são os preditores das
dificuldades intrínsecas da perda; aliás, são os grandes geradores da
desorganização que atinge as pessoas que perderam um ente querido. Dentre as
dificuldades citadas, é importante apontar o quão difícil se torna a aceitação,
a fase de readaptação em preencher o vazio que a pessoa querida deixou. A
elaboração de outras perdas anteriores e as crenças relativas à morte também
podem ser fatores que interferem no luto. Para a efetivação do luto, Elizabeth
Kübler-Ross, referência no assunto, propôs cinco estágios: a negação e o
isolamento, a raiva, a barganha, a depressão e a aceitação. (Basso e Wainer,
2011, p. 38)
Por
sua vez, se o luto é intensamente doloroso e o enlutado não vê estratégias para
manejá-lo, algumas reflexões feitas junto com um terapeuta podem facilitar esse
manejo.
É recomendável
que nessa situação o enlutado reconheça o que está “Fazendo, pensando e sentindo”. É o pensar sobre o pensamento”: "Desde quando fulano faleceu,
as pessoas não me procuraram mais [...]. Se esse pensamento fosse verdade, como
me sentiria?".
Essas perguntas na sequência são cruciais para assimilar as crenças centrais, tal
como podem ser úteis para trabalhar sentimentos como o de culpa: "O
que significa isso para você?", "Se isso fosse verdade, o que quer
dizer de você?" "Que evidências eu tenho para comprovar esse
pensamento?"; "Esse pensamento é realista?". Por fim, pode se recomendar
que o paciente desafie e substitua o pensamento por declarações mais racionais:
"Qual vantagem tenho em manter esse pensamento irracional?"; "Qual
seria o pensamento saudável nessa situação?".
O luto
é um processo que não tem um tempo fixo para acabar, vai depender de fatores genéticos,
passar pelas experiências de vida da pessoa e as circunstâncias nas quais a morte
ocorreu. Desse modo, respeitar o tempo de cada um é sinal de respeito e é
primordial para que o luto ocorra de forma o menos dolorosa e satisfatória
possível.
Referências
BASSO,
Lissia Ana; WAINER, Ricardo. Luto e
perdas repentinas: Contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental. Revistas
Brasileira de Terapias Cognitivas. V. 7, n. 11, 2011. Disponível em: https://www.rbtc.org.br/detalhe_artigo.asp?id=138.
Acesso em 07 de nov de 2020.
OLIVEIRA,
João Batista Alves de; LOPOES, Ruth Gelehrterda Costa. O Processo De Luto No Idoso Pela Morte De Cônjuge E Filho. Psicologia
em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 217-221, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a03v13n2.pdf.
Acesso em 07 de nov de 2020.
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