Por que Algumas Pessoas Sentem Raiva por Qualquer Motivo e Custam a se Livrar Dela?

 

Sentimos raiva ao sermos frustrados, rejeitados ou ao estarmos com medo. Imaginemos que um direito seu foi violado ou que você viu que alguém violar o direito do outro. Automaticamente você sentirá raiva, mas uma raiva de curta duração, somente para fazê-lo refletir e agir com a finalidade de reaver o seu direito ou ajudar aquela pessoa que teve seu direito violado a tê-lo disponível novamente.  Se não for possível fazer isso de imediato, saberá esperar até que isso aconteça. Vida que segue. Ao menos esses deveriam ser os motivos e suas consequências.

Mas nem sempre é o que nos acontece. Muitas vezes alguém sente uma raiva muito intensa por causas banais e custa a se livrar dela. Isso porque simplesmente alguém demora a entender uma orientação numa recepção e a fila demora um pouco mais a andar. Nesse caso, não foi seu direito que foi violado, mas uma regra criada por aquela pessoa, e que diz respeito somente a ela, foi quebrada. Custa a passar, pois não aprendeu a esperar, sempre teve uma resposta imediata ou teve experiências nas quais foi obrigado a responder de imediato. Não é assim que funciona a vida, baseada na vontade individual.

Por que aquela pessoa criou aquela regra? Porque talvez tenha um critério de alta performance no qual as pessoas têm de entender tudo tão rapidamente como ela entende. Pode haver um perfeccionismo por trás dessa regra. Por trás desse perfeccionismo, entre outras coisas, pode estar uma criança que sempre foi elogiada mesmo quando não merecia ou que sempre foi punida ao não fazer algo perfeitamente.

Leia mais em: https://www.cogniativo.com.br/2020/10/como-nasce-o-perfeccionismo.html

Em vez de procurar se livrar desse padrão imaturo nada saudável de pouca tolerância às frustrações, ela passa a tentar eliminar aqueles que não se encaixam nele, passando a os desprezar ou os combater. Para isso seria fundamental, antes de tudo, se colocar no lugar do outro. Refletir que aquela pessoa “mais lenta” não está errada, não faz algo propositadamente contra a regra daquele sujeito “perfeito”. Apenas não possui a mesma genética, o modo de funcionar semelhante. Somos todos diferentes nesse ponto. Tal como, se trata de um indivíduo que não teve acesso às mesmas informações, à mesma educação exigente ou negligente daquele que impõe essa regra imaginária.

Leia mais em: https://www.cogniativo.com.br/2021/11/ilusao-e-depressao-o-adulto-e-os.html

Por isso mesmo é imprescindível se autoconhecer, saber de onde vem essa raiva, o que o leva a agir assim. Algo que pode beneficiar em curto prazo é perguntar se é vantajoso continuar a impor aos outros e a si mesmo essa regra, ou regras, ou é muito mais desvantajoso. O que se perde e o que se ganha com essa regra e essa raiva que vem quando alguém quebra essa regra. Sentir-se respirando, perceber a própria respiração também ajuda.

Sobretudo, é necessário se dar conta de que essa raiva que, em muitas situações, vem e custa a passar é devido a uma regra que quase ninguém conseguirá seguir por ser inatingível além de inútil.  Que ela vem de situações passadas que não devem mais ser obedecidas. Que ele mesmo não consegue a seguir e por isso, muitas vezes, se pega estressado sem entender o motivo desse estresse.

Portanto, somente compreendendo a causa dessa raiva e como o mecanismo de produzi-la se processa, alguém aprenderá a sentir raiva pelos motivos cabíveis e na proporção de alguma violação vivenciada.

Imagem disponível em: http://www.cienciaexplica.com.br/2018/03/21/a-neurociencia-da-raiva-porque-sentimos-raiva/ acesso em 10 de set 2022.

 

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