Como ver o mundo com mais positividade?
Como controlar o instinto de
negatividade
Como podemos ajudar nossos
cérebros a perceber que as coisas estão melhorando, quando tudo ao nosso redor
está gritando que as coisas estão piorando?
Ruim e melhor
A solução é não
equilibrar todas as notícias negativas com mais notícias positivas. Isso apenas
ameaçaria criar um viés de autoengano, reconforto e ilusão na direção oposta.
Seria tão útil quanto compensar açúcar demais com sal demais. Tornaria as
coisas mais excitantes, mas talvez ainda menos saudáveis.
Uma solução que funciona para mim é persuadir a mim mesmo a manter dois
pensamentos concomitantes na cabeça.
Aparentemente, quando ouvimos alguém dizer que as coisas estão melhorando,
nós pensamos que também estão falando “não se preocupe, relaxe” ou até mesmo
“não olhe para isso”. Mas, quando digo que as coisas estão melhorando, não
estou afirmando nada disso. Certamente não estou defendendo que devemos desviar
nossa atenção dos problemas terríveis do mundo. Estou dizendo que as coisas
podem ser ruins e melhores ao mesmo tempo. Pense no mundo como um bebê
prematuro numa incubadora. A saúde do recém-nascido está extremamente delicada
e sua respiração, batimento cardíaco e outros sinais importantes são
constantemente monitorados para a rápida detecção de mudanças, boas ou ruins.
Depois de uma semana, ele está bem melhor. Em todas as principais medições, o
bebê está avançando, mas ainda precisa seguir na incubadora, porque sua saúde
continua crítica. Faz sentido dizer que sua situação está melhorando? Sim.
Totalmente. Faz sentido dizer que está ruim? Sim, com certeza. Dizer “as coisas
estão melhorando” implica que tudo está bem e que todos deveríamos relaxar e
nos despreocupar? Não, de maneira nenhuma. É útil ter que escolher entre ruim e
melhorando? Definitivamente, não. São ambas as coisas. É ruim e melhor. Melhor
e ruim ao mesmo tempo.
É assim que
temos que pensar sobre o atual estado do mundo.
Hans Rosling. O
hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos. Ed. Record. 2023. pág.
80.
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