O Que Esperamos da Vida e o Que a Vida Espera de Nós em 2022
Esperamos que a vida flua de forma mais branda, mais
suave em 2022. Esperamos que nossos problemas sejam menos complexos, que
encontremos mais saídas para eles, se possível que essas saídas sejam
encontradas mais rapidamente. Esperamos que não sintamos tanto medo, tanta
angústia. Esperamos que nossos filhos nos entendam mais, que nossos pais nos
compreendam mais. Esperamos que nos perdoem e que possamos perdoar com mais
facilidade. Esperamos ter mais saúde física e mental. Esperamos que a economia
nos penalize menos, a gasolina tenha um preço viável, que os preços dos
alimentos sejam reduzidos ou parem de subir. Que tenhamos nosso emprego de
volta. Enfim, esperamos que a vida seja assim para que possamos ser felizes
novamente, não é mesmo?
E não trato aqui da felicidade tola, da felicidade permanente,
daquela que nos acompanha gratuitamente, sem nosso esforço para lançar
estratégias de enfrentamento de problemas para que tenhamos satisfação em meramente nos depararmos
com a felicidade ora por isso, ora por aquilo. Não me refiro àquela felicidade que
vai do nosso despertar ao nosso adormecer. Isso, aquela mesma, a da propaganda de
margarina, retratada em sorrisos nos rostos. Não! Eu falo de simplesmente ter mais satisfação
do que frustração ao nos encontrarmos com todas essas situações descritas nas
linhas anteriores.
Ou será que essa pergunta deveria ser invertida? Se
eu for “feliz”, aumentarei a probabilidade de conseguir essas coisas? E coloco
aspas para distinguir essa felicidade que pode aumentar ou diminuir dependendo
da situação. É um estado, não uma condição de vida, só que, como sei que posso
sempre a reencontrar, se eu lançar mão de mecanismos para a alcançar, mantenho
minha serenidade, pois tenho certeza de que ela está por perto. Ou seja, serei “feliz” diariamente, apesar dos obstáculos, para correr dia após dia em busca de meus sonhos. Tal conclusão me obriga a levantar uma hipótese:
por incrível que pareça, percebo pessoas que não encontram satisfação na própria
“felicidade”. Felicidade, obviamente, delineada atualmente pelo consumismo desenfreado.
Mas há outros fatores, os quais ficarão para um próximo texto.
De toda forma, o que a vida espera de nós em 2022 é algo pretérito, já desgastado pelo tempo, mas persistente e cada vez mais necessário. A vida quer que olhemos mais para o outro, nos coloquemos no lugar dele, porém com a difícil missão de não o analisar por meio de nossos desejos, crenças e julgamentos. Que olhemos mais para dentro de nós mesmos para nos entendermos, mas quase nunca nos comparando com o outro. Que nos comparemos hoje com o “nós mesmos” de ontem e sempre buscando estar melhor amanhã. Que compreendamos nossos filhos, muito mais perguntando sobre dada atitude do que as recriminando. E que compreendamos e sejamos na mesma proporção compreendidos por nossos filhos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho e desconhecidos. E se não formos, que os respeitemos, possamos compreender que eles ainda precisam de tempo para ter lucidez idêntica ou mais próxima à nossa.
Por isso mesmo, a vida em 2022 espera
que consigamos muito mais apostar nas pessoas do que acreditar absoluta e
ingenuamente nelas. Espera que não somente as sigamos cegamente, seja na vida
real ou, como é na maioria das vezes, nas redes sociais. Isso quando não as perseguimos, sem ter em mente que, na realidade, queremos é nos encontrar nelas em vez de com elas. A vida espera que façamos algo
pelo outro, porém sabendo que ele é tão falho quanto duvidamos que nós mesmos sejamos.
Espera que nosso medo seja por algo real e verdadeiramente perigoso, não apenas
uma mera previsão de que não daremos conta de enfrentar e superar tal medo criado por nossa insegurança, nossa inabilidade intrapessoal e também social. Espera
que o enfrentemos por saber que todos nós, dentro de um raciocínio realisticamente otimista,
temos competências para o enfrentar e superar. Seja o encarando sozinho em dada
situação ou com a ajuda de alguém. A vida espera que agindo assim seja mais
fácil para nós obtermos e oferecermos nosso perdão. Espera que desse modo, encontremos saídas,
estratégias para enfrentar a instabilidade econômica, nosso desemprego,
tenhamos mais saúde física e mental, tenhamos satisfação por simplesmente nos depararmos com a
felicidade ora por isso, ora por aquilo.
Imagem: disponível em: https://besthqwallpapers.com/pt/feriados/4k-feliz-ano-novo-de-2022-luzes-de-n%C3%A9on-azuis-conceitos-de-2022-ano-novo-de-2022-174674.
Acesso em 12 dez 2021
Ótimo texto André! Após esta leitura fiquei pensando...o que esperamos da vida para 2022?? Eu espero um ano mais leve, com muita saúde para mim, meus familiares, colegas de trabalho, enfim um ano menos estressante para todos nós! A vida espera de nós que sejamos pessoas menos egoístas, que possamos agir com mais empatia, discernimento e sabedoria em cada aspecto da nossa vida! Ainda estamos saindo de uma pandemia, que veio para ressaltar ainda mais as desigualdades sociais em nosso pais, que as pessoas "boas" ou "más", continuam sendo como sempre foram e continuarão assim, senão buscarem a olhar o mundo sob outra perspectiva. Para 2022 quero um ano com mudanças de atitudes, que as pessoas possam olhar para si e enxergarem o potencial que cada uma tem e que as vezes, possa estar adormecido. Que as pessoas deixem de se comparar com o outro e possa começar por si, a fazer e buscar a sua melhor versão.
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